terça-feira, 22 de novembro de 2011

Em obras

Aqui dentro tem um coração.
Você pode discordar, porque definitivamente estou fora dos padrões de miss simpatia.

Mas, ainda sim, existe um coração aqui dentro. Existe amor. E olha, é muito amor!
Existe confiança, existe esperança. 
Me disseram que sem esperança eu não seria a Carol que todos conhecem. 

Hoje, esse coração está em obras. É, bem no estilo "pedreiro" da coisa, com direito a plaquinhas de alerta e tudo o mais. 
Não se tem um diagnóstico para o desastre que ocorreu. Alguns dizem que fui eu mesma quem causou todo o transtorno, mas há quem afirme que sofri um impacto grande vindo de um grande tsunami devastador.

Não se preocupa, tá! Tá doendo pra caramba, mas eu nunca fui daquelas crianças que ficam vendo a enfermeira fazer o curativo e berrando de dor. Sempre me forcei a aceitar a dor quando sei que o remédio está quase fazendo efeito.
De verdade, não se preocupa. Tá ardendo, as vezes tenho vontade de esfregar na cara de quem causou isso, toda a agonia que sinto. Mas, ao mesmo tempo que arde e tenho vontade de gritar, é uma dor que cura.

Eu sei que tem um buracão no lugar que era pra estar cheio de flores e carinho. Eu vejo isso no espelho todos os dias.
Mas não sou pessimista não. Hoje eu consigo olhar pra esse buraco de um jeito diferente. Ele tá feio pra caramba, mas não é uma obra parada. Lá dentro tem um montão de gente trabalhando pra deixar ele consistente, firme e preparado pra ser o alicerce de um prédio enorme que está para ser erguido.

Só vou pedir uma coisa: mantenha certa distância.
Não venha me dizer palavras falsas, promessas fingidas de que você tá sentindo minha dor.
Ninguém tá sentindo comigo. O máximo que podem dizer é que sentem uma dor diferente em me ver sofrendo.
E quero me defender: não tô sofrendo não! Eu tô aprendendo, é beeem diferente.

Tô aprendendo a não deixar entrar qualquer um na minha vida, a não acreditar em quem se aproxima de você por interesse, a não ser escrava do amor de ninguém.
Tô aprendendo a lidar com meus fracassos, e a me aceitar como sou. Se eu sou gorda, magra, loira, morena, alta, baixa... não faz diferença pra quem me ama de verdade. 

Se você quer realmente me ajudar, então seja verdadeiro tá! 
Não me diga palavras bonitas, se elas não forem verdadeiras. Não brinca comigo, não sou jogo de tabuleiro!

Esse coração está em obras, pra receber a maior construção de todas! 
Se você não recebeu um convite pra participar do processo de construção, fica de boa!
Muito ajuda, quem não atrapalha!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Vivendo de aparências

Viver de aparências é legal, sabia?
Você se veste bem, passa perfume, faz uma maquiagem do jeitinho que a revista manda, coloca aquele sapato novo que é desconfortável (porém, bonito), e treina um sorriso legal.
E ali, no meio daquela galera "super divertida", você mostra o "sorriso legal", tira umas fotos bacanas, ouve uns elogios pela roupa nova, pelo sapato que arrasou (mas que deu origem a 5 novos calos) e pela maquiagem que deixou seus olhos parecidos com os daquela atriz (que ninguém lembra o nome).
Nem estava tão divertido assim, mas sair no auge da festa seria deselegante. Você fica até o final, e depois vai pra casa e sente que "até pode ter sido um pouquinho divertido".
No outro dia, assim que levanta da cama, percebe que sua vida não mudou. Nada foi acrescentado. Aquelas risadas alheias não foram fortes o suficiente pra fazer você se sentir mais feliz.
Mas, pelo menos, você estava bonita, foi elogiada e estava no meio de uma galera que se divertiu (mesmo que você não tenha participado intimamente da diversão).
Viver de aparências é legal. Você ficou bem na foto, a galera vai passar dias comentando quão divertido foi aquela festa e você pode se gabar por ter participado de um evento popular. E o que importa é que os outros acham, não é?

Agora, cá entre nós, fala pra mim: isso tudo compensa?
Porque, sinceramente, eu não vejo nada de bom nessa vida de aparências. A não ser, é claro, a imagem que você passa pros outros de como é feliz e está sempre acompanhando o caminho da diversão.
Mas, e lá dentro? Como é que sua mente fica? E o coração? 
Sério que você consegue se sentir bem, apenas com a autoafirmação de que você está onde "todo mundo" está? E que está na foto mais comentada do facebook?

Posso dizer uma coisa? Acho tudo isso uma bobeira!
Eu não fui na festa, não usei usei um sapato tão bonito (porque estava em casa, de havaianas), não fiz maquiagem (porque eu detesto tirar o hímel depois), não passei perfume (só desodorante- calma gente!), não vesti uma roupa legal (só aquela calça de moletom e aquela camiseta que ninguém costuma usar fora de casa) e não precisei ensaiar um sorriso.
Mas, enquanto você estava na festa, tentando entender por quê era o único que não se divertia, eu estava deitada no chão da sala, desenhando num papel sulfite algum tipo de desenho abstrato com meu sobrinho, tentando assistir um filme na TV a cabo enquanto minha família falava alto na cozinha. E depois, eu ainda comi pizza, dei risada quanto meu sobrinho disse "Ocóóóóóóóó" e pegou meu celular pra "ligar" pra alguém que fala a língua do "t".
Se quer saber, ainda deu tempo de conversar com meus pais, meu irmão, meus tios, minha prima e meu cunhado até tarde da noite... até que todo mundo decidiu ir pra casa, dormir.

No outro dia, eu não acordei sentindo um vazio. Não acordei com calos nos pés, e nem com a maquiagem borrada.
O facebook não anunciou nenhuma foto tirada na noite anterior, porque a gente nem tinha tirado foto mesmo!
E minha página não tinha recado de quase ninguém. Mas, isso não importa! 


I don't care!!!! 
Não preciso disso pra mostrar pros outros que estou feliz. Que SOU feliz!
Eu passei a noite com minha família, com meu sobrinho e assistindo um filme legal.
E os melhores momentos da vida dificilmente são descritos em apenas uma foto. Por isso ela não foi a mais comentada no facebook. Na verdade, nem foi publicada no facebook.
Não existia foto nenhuma. O que marcou foi apenas a alegria que senti em estar no ambiente em que me sinto mais segura e completa. 

"De que adianta sair pra festa e voltar pra casa sempre com o coração vazio?"

Eu não! Eu quero é ficar em casa, ter a página menos visitada da internet.  

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O que um amigo te diz num momento difícil...

Você pensa que ninguém consegue entender o que você tá sentindo. Mas sempre tem alguém que entende, porque tem sempre alguém que já sentiu essa mesma dor.
Pode não ter acontecido como aconteceu com você, mas sempre tem alguém que pode dizer "Você não vai morrer por isso".

Agora, esse amigo foi o Caio. (F.A)
Ontem foi o Lauro.

E amanhã, provavelmente, serei eu dizendo pra outra pessoa.

"Olhe, não fique assim não vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. 
Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. 
A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.Você acha que não, porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte, estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e, quando vai ver, o barco já tá lá longe. 
A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. 
Quando você for ver, passou.Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. "É melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói,ai,eu sei como dói. Mas passa.
Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. 
Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Love is a leap of faith

Quando eu gosto muito muito muito de uma música, costumo ouvi-la várias vezes seguidas.
Uma pessoa, que me conhece bem, disse há um tempo que ainda não entende como não enjoo de fazer isso. 
Não é exagero: eu ouço a músicas umas 15 vezes por dia. (sem brincadeira!)

Há duas semanas, estava numa pizzaria esperando meu pedido sair e, enquanto isso, matava o tempo com a leitura de um livro. Minha estranha habilidade de fazer trocentas coisas ao mesmo tempo foi acionada quando, no meio da leitura, meu ouvido se sentiu atraído por uma música que tocava em uma cena de uma novela. Não parei de ler, mas insisti por gravar parte daquela música na cabeça para depois procurá-la em mp3.

Hoje eu lembrei disso e fui atrás da informação.
Exato momento, Zé Roberto.

Para o conhecimento de todos:

"O amor precisa da sorte
De um trato certo com o tempo
Pra que o momento do encontro
Seja pra dois o exato momento

O amor precisa de sol
E do barulho da chuva
De beijos desesperados
De sonhos trocados,
Da ausência de culpa

Talvez o amor só seja assim pra mim,
E pra você não seja nada disso.
Mas eu prometo tentar,
Aprender a te amar,
Do jeito que for preciso.

Mas se o amor quiser
Mudar as leis do que é certo
Ele faz que o improvável aconteça

Quando o amor vier
Não tema tenha fé
Ele encherá seu olhar de esplendor e beleza."
Gostei mesmo. Gostei da simplicidade.
No geral, gosto de músicas que falam das coisas como elas exatamente são.
Claro que o amor adquire diferentes significados, afinal, depende de quem o sente.
Mas, acredito no poder de uma música sincera. Mexe com a gente, faz pensar sobre nossos valores, sobre o que acreditamos. Sobre como vemos a vida.

Essa do Zé Roberto, em especial, me convidou a pensar sobre como eu mesma vejo o amor.
Não queria falar isso aqui, por ser um detalhe muito pessoal da minha vida.
Mas, serei sucinta...

Amor existe. É único, e não surge da noite pro dia. O amor é escolha, é decisão, é atitude.
O amor vem depois da paixão e está totalmente ligado à amizade, parceria.
Amor cria ligação, causa reação. Faz pensar mais no outro, ajuda a aguentar calado uma injustiça.
Amor não tem rodeios, não tem mentira. Amor não pede comparação, mas aceitação.
Quem ama, quer ser amado. Ou seja, precisa se sentir aceito.
Amor foge da competição. Não tem ninguém melhor que ninguém. É respeito.

Seguem informações esclarecedoras sobre a visão de uma mulher, e seus hormônios: ela pode enfrentar uma crise financeira, a dor da perda de um ente querido, a perda de um emprego, uma frustração sentimental com algum(a) amigo(a), um dia estressante, um filho espuleta, e até um dia de enxaqueca/cólica/dor de estômago/... Se, tão somente, souber que vai chegar em casa, no fim do dia, e encontrar um homem que a ama, dizer que sentiu sua falta. 
Ela não precisa ganhar flores todos os dias, ou ter seu armário cheio de roupas caras e bolsas de marca. Só precisa ouvir do homem que tanto ama, o quanto ela faz falta
Mulher de verdade não se importa de ter que trocar Nescau por Toddy, ou de ter que deixar de comprar algumas guloseimas nos meses em que o orçamento estiver mais apertado. Só precisa ouvir que a comida dela está realmente divina.
Ela não vai se importar se não puder comprar um vestido novo para o final do ano. Na verdade, ela só quer ouvir "dele" que está mais bonita do que nunca, e que é a mulher mais encantadora do mundo. (Mas tem que ser sincero) 

Mulher não precisa ser bajulada 24 horas por dia (salvo os dias de TPM). Assim, perde a graça.
A única coisa que ela quer, é sentir que sua presença vale a pena e que "ele" pensa em quão sortudo é por tê-la ao seu lado.

Uma mulher bem amada pode não viver sempre sorrindo. Mas, ela vive com segurança.

E eu, sinceramente, acredito que o momento certo virá; e causará o encontro de duas pessoas que foram feitas para combinar, tanto quanto o sorvete de creme combina com ovomaltine.