terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O melhor do amor

Ela vivia resmungando. Era detalhista, exigente, egoísta. Chata.
Ele a olhou e, nesse instante, gotículas de amor transpiraram em sua pele.
Ela, como sempre, se manteve apática. Podia estar tremendo por dentro, encantada pela forma como ele lhe causava sensações diferentes. Mas, nem um sorriso. Nem uma palavra meiga. Nem um pouco de sensibilidade saia de si mesma. Na verdade, ela não deixava sair.


Mas, ele foi além. Ele ofereceu algo, ciente de que não receberia o mesmo afeto em troca.
Proteção, amizade, sustento, silêncio e amor. 
Como se não fosse suficiente, também brigou por ela e a engrandeceu perante outras que questionaram seu real valor.


“Ela é sozinha, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela que eu reguei. Foi ela que pus sob a redoma. Foi ela que abriguei com o para-vento. Foi por ela que matei as larvas (exceto duas ou três, por causa das borboletas). Foi ela que eu escutei se queixar ou se gabar, ou mesmo calar-se algumas vezes, já que ela é a minha rosa.”
O amor mais bonito: Pequeno Príncipe e sua rosa.
Um lindo romance, um dos meus preferidos!


Se eu pudesse, um dia apenas, viver um amor que me lembre meu Pequeno Príncipe... ah!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Clarice disse

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cadê ele?

Existe algo mais antigo que o ser humano. Ou melhor, o ser humano foi feito disso. E sobrevive por e para isso.


Milhões de formas e fórmulas foram feitas para buscá-lo. Procure em livrarias, existem inúmeros livros a respeito. Pergunte a compositores musicais, alguns dizem que sabem tudo a respeito.
Quando estiver cansado demais, vem aqui pra perto de mim que vou contar um segredo.
Mas, ó, se quiser continuar procurando, é melhor nem ler.




O nome do que você procura é amor. Pode me bombardear de frases prontas, ou de ofensas pesadas. Eu não ligo, não faz diferença pra mim. Não se trata da MINHA opinião, mas da realidade: O que todos procuram é amor!


Aquele rapaz está perdendo suas noites de sono. Ele acha que é por ansiedade, por nervosismo, afinal a promoção tão sonhada está perto demais. Pode ser que ele seja o novo gestor do departamento. 
"Ei, você! É, você mesmo que não tá conseguindo dormir a noite. O que você procura não é uma boa posição dentro da sua empresa, muito menos uma carteira cheia de dinheiro. Você está procurando, na realidade, pelo amor!"


E aquela moça que sonha em ser a mulher mais bonita do mundo? Ela também quer amor. 
"Ô gracinha, desce do salto! O que você precisa não é de aplausos. Seu coração tá carente de amor. Amor de verdade, e não esse amor pelo glamour."


Chamem aquela outra garota aqui, por favor. Isso, aquela mesma que está sofrendo por um "amor" que chegou ao fim. 
"Querida, o amor não se foi. Sabe porque? Ele não está naquele cara. Também não está em outro cara. O amor que você tanto deseja está em outro lugar. Ou melhor, em outra pessoa."


E você? Onde seus olhos enxergam o amor?
Na família? Na profissão? Nos vícios? 
Desculpa dizer, mas está na hora de visitar um oftalmologista. Sua visão está turva, você precisa fazer uma cirurgia muito arriscada.
Mas, não se preocupe. Se realmente quiser se submeter à ela, o sucesso é garantido desde já. Entretanto, o preparo é bastante importante: deixe seus pertences em cima daquela mesa, junto com seus sentimentos. Pode colocar lá, também, todas as feridas que causaram no seu interior. Ah, não esqueça de vir com um acompanhante, pois você se sentirá um tanto quanto zonzo após o processo cirúrgico, e precisará de ajuda para chegar em casa. 
Não há restrições, qualquer um pode fazer.


Antes que me esqueça, preciso avisar a todos que a cirurgia não tem volta.
Nossos profissionais são altamente capacitados para lhe oferecer toda a estrutura necessária, por isso não se preocupe com os detalhes. E mais! Oferecemos um pacote completo de restauração: olhos, coração, mente e alma.


Em alguns instantes você conhecerá o cirurgião, mas, antes, peço que responda algumas perguntas. Nada de mais, faz parte do procedimento:


1- Há quantos anos você procura o amor?
2- Já se iludiu com religiões?
3- Consegue numerar, numa escala de 0 a 10, qual é o grau de ferimentos de seu coração?
4- Ainda há esperança em sua vida?
5- A palavra "perdão" lhe causa arrepios?
6- Ainda se lembra das lágrimas? Quando foi a última vez que chorou?
7- O que lhe assusta mais: passado ou futuro?
8- Consegue confiar nas pessoas? Não? Por quê?
9- Sabe quem é você?
10- Sabe quem é o amor?


Deixe as respostas em cima da mesa, em instantes estarão todas em nosso sistema.
É com prazer que apresento-lhe o nosso cirurgião: o amor!


Por quê essa cara de indignação? É por causa dos ferimentos em Suas mãos? 
São as marcas dos pregos. 
Sim, Ele usa uma coroa. Mas é de espinhos.
Agora, pare de atentar para os detalhes. Olhe em Seu rosto... o que você vê?
Ele é o amor! O perfeito, o puro e o imutável.
Há mais de dois mil anos Ele vem realizando cirurgias como essas, então confie nEle. Ele definitivamente sabe o que faz.


Vou deixar vocês a sós, pelo tempo que for necessário. Apresente todos os seus anseios, dúvidas, frustrações, dores e tormentas. Conte tudo o que você sabe sobre sua vida. Conte de todas as vezes em que O procurou nos lugares e pessoas erradas.


Mas, principalmente, deixe-O responder Suas perguntas!
Deixe-O contar Sua história, Sua vida e Sua morte. 
Por último, deixe-O mudar a SUA vida. 


Ele não é religião. Ele não é um emprego. Ele não é um livro, uma música, uma pessoa.
Ele não é o que você quer que Ele seja. Ele é o que você PRECISA.


AMOR!!!


Não saia dessa mesa de cirurgia, resista até o final. Eu digo por experiência própria: vale à pena!
Pense bem. Você procurou a vida inteira pelo amor. Ele está bem na sua frente. Aliás, sempre esteve. Mas você sempre o ignorou!


Pare um pouco. Reflita sobre essa canção.








Dentro de cada ser humano existe um vazio que só pode ser preenchido pelo amor. 
Chega de procurá-lo nos lugares errados. Chega de se entregar para pessoas. Chega de decepções por nunca receber a atenção e o carinho que precisa.
CHEGA! CHEGA! CHEGA!


O amor está aqui e Ele quer AMAR VOCÊ!


Observações necessárias:
Seus pertences realmente importantes sempre estarão por perto. Mas, os sentimentos, a carga emocional, as dores, feridas e frustrações foram retiradas da sua vida. O amor se encarregou de levá-los para o lugar certo, bem longe de você.
Passe na recepção e receba um kit eterno de vitaminas necessárias para que você se mantenha saudável. Ele contêm um livro que conta uma linda história de amor, algumas recomendações importantes para o seu dia a dia, o manual de instruções de sua vida pós-cirúrgica e do meio de comunicação direto com o cirurgião, além de algumas recomendações para que você espalhe o amor para outras pessoas também.
Seja bem-vindo ao mundo do AMOR!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Em obras

Aqui dentro tem um coração.
Você pode discordar, porque definitivamente estou fora dos padrões de miss simpatia.

Mas, ainda sim, existe um coração aqui dentro. Existe amor. E olha, é muito amor!
Existe confiança, existe esperança. 
Me disseram que sem esperança eu não seria a Carol que todos conhecem. 

Hoje, esse coração está em obras. É, bem no estilo "pedreiro" da coisa, com direito a plaquinhas de alerta e tudo o mais. 
Não se tem um diagnóstico para o desastre que ocorreu. Alguns dizem que fui eu mesma quem causou todo o transtorno, mas há quem afirme que sofri um impacto grande vindo de um grande tsunami devastador.

Não se preocupa, tá! Tá doendo pra caramba, mas eu nunca fui daquelas crianças que ficam vendo a enfermeira fazer o curativo e berrando de dor. Sempre me forcei a aceitar a dor quando sei que o remédio está quase fazendo efeito.
De verdade, não se preocupa. Tá ardendo, as vezes tenho vontade de esfregar na cara de quem causou isso, toda a agonia que sinto. Mas, ao mesmo tempo que arde e tenho vontade de gritar, é uma dor que cura.

Eu sei que tem um buracão no lugar que era pra estar cheio de flores e carinho. Eu vejo isso no espelho todos os dias.
Mas não sou pessimista não. Hoje eu consigo olhar pra esse buraco de um jeito diferente. Ele tá feio pra caramba, mas não é uma obra parada. Lá dentro tem um montão de gente trabalhando pra deixar ele consistente, firme e preparado pra ser o alicerce de um prédio enorme que está para ser erguido.

Só vou pedir uma coisa: mantenha certa distância.
Não venha me dizer palavras falsas, promessas fingidas de que você tá sentindo minha dor.
Ninguém tá sentindo comigo. O máximo que podem dizer é que sentem uma dor diferente em me ver sofrendo.
E quero me defender: não tô sofrendo não! Eu tô aprendendo, é beeem diferente.

Tô aprendendo a não deixar entrar qualquer um na minha vida, a não acreditar em quem se aproxima de você por interesse, a não ser escrava do amor de ninguém.
Tô aprendendo a lidar com meus fracassos, e a me aceitar como sou. Se eu sou gorda, magra, loira, morena, alta, baixa... não faz diferença pra quem me ama de verdade. 

Se você quer realmente me ajudar, então seja verdadeiro tá! 
Não me diga palavras bonitas, se elas não forem verdadeiras. Não brinca comigo, não sou jogo de tabuleiro!

Esse coração está em obras, pra receber a maior construção de todas! 
Se você não recebeu um convite pra participar do processo de construção, fica de boa!
Muito ajuda, quem não atrapalha!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Vivendo de aparências

Viver de aparências é legal, sabia?
Você se veste bem, passa perfume, faz uma maquiagem do jeitinho que a revista manda, coloca aquele sapato novo que é desconfortável (porém, bonito), e treina um sorriso legal.
E ali, no meio daquela galera "super divertida", você mostra o "sorriso legal", tira umas fotos bacanas, ouve uns elogios pela roupa nova, pelo sapato que arrasou (mas que deu origem a 5 novos calos) e pela maquiagem que deixou seus olhos parecidos com os daquela atriz (que ninguém lembra o nome).
Nem estava tão divertido assim, mas sair no auge da festa seria deselegante. Você fica até o final, e depois vai pra casa e sente que "até pode ter sido um pouquinho divertido".
No outro dia, assim que levanta da cama, percebe que sua vida não mudou. Nada foi acrescentado. Aquelas risadas alheias não foram fortes o suficiente pra fazer você se sentir mais feliz.
Mas, pelo menos, você estava bonita, foi elogiada e estava no meio de uma galera que se divertiu (mesmo que você não tenha participado intimamente da diversão).
Viver de aparências é legal. Você ficou bem na foto, a galera vai passar dias comentando quão divertido foi aquela festa e você pode se gabar por ter participado de um evento popular. E o que importa é que os outros acham, não é?

Agora, cá entre nós, fala pra mim: isso tudo compensa?
Porque, sinceramente, eu não vejo nada de bom nessa vida de aparências. A não ser, é claro, a imagem que você passa pros outros de como é feliz e está sempre acompanhando o caminho da diversão.
Mas, e lá dentro? Como é que sua mente fica? E o coração? 
Sério que você consegue se sentir bem, apenas com a autoafirmação de que você está onde "todo mundo" está? E que está na foto mais comentada do facebook?

Posso dizer uma coisa? Acho tudo isso uma bobeira!
Eu não fui na festa, não usei usei um sapato tão bonito (porque estava em casa, de havaianas), não fiz maquiagem (porque eu detesto tirar o hímel depois), não passei perfume (só desodorante- calma gente!), não vesti uma roupa legal (só aquela calça de moletom e aquela camiseta que ninguém costuma usar fora de casa) e não precisei ensaiar um sorriso.
Mas, enquanto você estava na festa, tentando entender por quê era o único que não se divertia, eu estava deitada no chão da sala, desenhando num papel sulfite algum tipo de desenho abstrato com meu sobrinho, tentando assistir um filme na TV a cabo enquanto minha família falava alto na cozinha. E depois, eu ainda comi pizza, dei risada quanto meu sobrinho disse "Ocóóóóóóóó" e pegou meu celular pra "ligar" pra alguém que fala a língua do "t".
Se quer saber, ainda deu tempo de conversar com meus pais, meu irmão, meus tios, minha prima e meu cunhado até tarde da noite... até que todo mundo decidiu ir pra casa, dormir.

No outro dia, eu não acordei sentindo um vazio. Não acordei com calos nos pés, e nem com a maquiagem borrada.
O facebook não anunciou nenhuma foto tirada na noite anterior, porque a gente nem tinha tirado foto mesmo!
E minha página não tinha recado de quase ninguém. Mas, isso não importa! 


I don't care!!!! 
Não preciso disso pra mostrar pros outros que estou feliz. Que SOU feliz!
Eu passei a noite com minha família, com meu sobrinho e assistindo um filme legal.
E os melhores momentos da vida dificilmente são descritos em apenas uma foto. Por isso ela não foi a mais comentada no facebook. Na verdade, nem foi publicada no facebook.
Não existia foto nenhuma. O que marcou foi apenas a alegria que senti em estar no ambiente em que me sinto mais segura e completa. 

"De que adianta sair pra festa e voltar pra casa sempre com o coração vazio?"

Eu não! Eu quero é ficar em casa, ter a página menos visitada da internet.  

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O que um amigo te diz num momento difícil...

Você pensa que ninguém consegue entender o que você tá sentindo. Mas sempre tem alguém que entende, porque tem sempre alguém que já sentiu essa mesma dor.
Pode não ter acontecido como aconteceu com você, mas sempre tem alguém que pode dizer "Você não vai morrer por isso".

Agora, esse amigo foi o Caio. (F.A)
Ontem foi o Lauro.

E amanhã, provavelmente, serei eu dizendo pra outra pessoa.

"Olhe, não fique assim não vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. 
Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. 
A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.Você acha que não, porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte, estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e, quando vai ver, o barco já tá lá longe. 
A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. 
Quando você for ver, passou.Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. "É melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói,ai,eu sei como dói. Mas passa.
Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. 
Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Love is a leap of faith

Quando eu gosto muito muito muito de uma música, costumo ouvi-la várias vezes seguidas.
Uma pessoa, que me conhece bem, disse há um tempo que ainda não entende como não enjoo de fazer isso. 
Não é exagero: eu ouço a músicas umas 15 vezes por dia. (sem brincadeira!)

Há duas semanas, estava numa pizzaria esperando meu pedido sair e, enquanto isso, matava o tempo com a leitura de um livro. Minha estranha habilidade de fazer trocentas coisas ao mesmo tempo foi acionada quando, no meio da leitura, meu ouvido se sentiu atraído por uma música que tocava em uma cena de uma novela. Não parei de ler, mas insisti por gravar parte daquela música na cabeça para depois procurá-la em mp3.

Hoje eu lembrei disso e fui atrás da informação.
Exato momento, Zé Roberto.

Para o conhecimento de todos:

"O amor precisa da sorte
De um trato certo com o tempo
Pra que o momento do encontro
Seja pra dois o exato momento

O amor precisa de sol
E do barulho da chuva
De beijos desesperados
De sonhos trocados,
Da ausência de culpa

Talvez o amor só seja assim pra mim,
E pra você não seja nada disso.
Mas eu prometo tentar,
Aprender a te amar,
Do jeito que for preciso.

Mas se o amor quiser
Mudar as leis do que é certo
Ele faz que o improvável aconteça

Quando o amor vier
Não tema tenha fé
Ele encherá seu olhar de esplendor e beleza."
Gostei mesmo. Gostei da simplicidade.
No geral, gosto de músicas que falam das coisas como elas exatamente são.
Claro que o amor adquire diferentes significados, afinal, depende de quem o sente.
Mas, acredito no poder de uma música sincera. Mexe com a gente, faz pensar sobre nossos valores, sobre o que acreditamos. Sobre como vemos a vida.

Essa do Zé Roberto, em especial, me convidou a pensar sobre como eu mesma vejo o amor.
Não queria falar isso aqui, por ser um detalhe muito pessoal da minha vida.
Mas, serei sucinta...

Amor existe. É único, e não surge da noite pro dia. O amor é escolha, é decisão, é atitude.
O amor vem depois da paixão e está totalmente ligado à amizade, parceria.
Amor cria ligação, causa reação. Faz pensar mais no outro, ajuda a aguentar calado uma injustiça.
Amor não tem rodeios, não tem mentira. Amor não pede comparação, mas aceitação.
Quem ama, quer ser amado. Ou seja, precisa se sentir aceito.
Amor foge da competição. Não tem ninguém melhor que ninguém. É respeito.

Seguem informações esclarecedoras sobre a visão de uma mulher, e seus hormônios: ela pode enfrentar uma crise financeira, a dor da perda de um ente querido, a perda de um emprego, uma frustração sentimental com algum(a) amigo(a), um dia estressante, um filho espuleta, e até um dia de enxaqueca/cólica/dor de estômago/... Se, tão somente, souber que vai chegar em casa, no fim do dia, e encontrar um homem que a ama, dizer que sentiu sua falta. 
Ela não precisa ganhar flores todos os dias, ou ter seu armário cheio de roupas caras e bolsas de marca. Só precisa ouvir do homem que tanto ama, o quanto ela faz falta
Mulher de verdade não se importa de ter que trocar Nescau por Toddy, ou de ter que deixar de comprar algumas guloseimas nos meses em que o orçamento estiver mais apertado. Só precisa ouvir que a comida dela está realmente divina.
Ela não vai se importar se não puder comprar um vestido novo para o final do ano. Na verdade, ela só quer ouvir "dele" que está mais bonita do que nunca, e que é a mulher mais encantadora do mundo. (Mas tem que ser sincero) 

Mulher não precisa ser bajulada 24 horas por dia (salvo os dias de TPM). Assim, perde a graça.
A única coisa que ela quer, é sentir que sua presença vale a pena e que "ele" pensa em quão sortudo é por tê-la ao seu lado.

Uma mulher bem amada pode não viver sempre sorrindo. Mas, ela vive com segurança.

E eu, sinceramente, acredito que o momento certo virá; e causará o encontro de duas pessoas que foram feitas para combinar, tanto quanto o sorvete de creme combina com ovomaltine.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

She's living her own season

Ela ouviu que "Without winter, there's no spring".
Numa sexta-feira a noite, perde o sono. Se vira na cama, liga o notebook e assiste alguns episódios de OTH.
Continua sem sono. Liga a televisão. Desliga a televisão. 
Puxa o cobertor, tenta se enrolar como se construísse um casulo humano. 
O sono não passa, e a única alternativa que resta é pensar.

Pensa nas últimas três semanas, pensa nos sentimentos que nasceram nos últimos anos, no que mudara em seu interior, em quem mais lhe fazia falta. 
Pensa em como não consegue mais controlar aquele líquido que sai de seus olhos, e que ultimamente anda bastante desobediente.
Pensa em como seu coração se pareceria, caso fosse desenhado em papel. 
Talvez, algo bem parecido com vidro espatifado no chão.
Ou um papel rasgado em pedacinhos.
Ou um cubo de gelo.
Ou qualquer coisa que pareça fria e destruída.

De repente, inundada por sentimentos pessimistas, lembra  que "Without winter, there's no spring". E esse é o relato de seus pensamentos:

Uma vida não é feita de primaveras. Muito menos de verões, ou invernos ou outonos. 
Uma vida é feita de quatro estações. 
Acontece que poucas pessoas aceitam a vida como ela é, e se recusam a viver as etapas necessárias para a mudança. 
Sem o verão, o sol não brilharia tão intensamente. Sem o outono, a natureza não teria a oportunidade de ser renovada. Sem o inverno, as raízes das árvores não se esforçariam tanto para ficarem mais fortes. E sem a primavera, a vida não nasceria novamente.

Não existe vida de inverno, ou vida de verão. Não existe amor de primavera, ou amor de outono. Existe vida, e existe amor.
As estações não foram feitas para reduzir a vida a momentos específicos. Elas existem para provar, pela própria natureza, que todos devem passar por todas as etapas. E essa não é uma opção.

Há quem se recuse a viver um inverno, mas ele chegará (cedo ou tarde). E para que a primavera faça novamente nascer a vida, é preciso passar pelo inverno. Essa é a ordem das coisas.

Pessoas se questionam sobre os benefícios do inverno. É simples: ele nos faz sentir falta do calor, ele nos prepara e fortifica para tempestades maiores, ele nos mostra os sentimentos que vivemos negando (e que vem à tona com o frio), e, principalmente, nos faz acreditar que a primavera está perto.

Certa vez, uma pessoa disse que o ato de encolher as pernas e braços para diminuir a sensação de frio, aumenta ainda mais o tempo de espera pelo calor.
A explicação é simples: quando o corpo está relaxado, o sangue flui numa velocidade maior e, assim, aquece o corpo mais rapidamente.

Ou seja: relaxe, aprecie o frio e espere ansiosamente pela primavera.
Ela virá. É inegável.

Então, ela descobriu que gosta desse inverno (ou, pelo menos, de suas vantagens).

Mas, muito além disso... ela descobriu que ama a primavera. 
Ama tanto que está disposta a esperar pelo fim do inverno. E que, quando esse tempo chegar, estará de vestido florido e com o cabelo trançado. Pronta para o nascimento de uma nova vida.

Então... Dormiu. Acordou no outro dia. Ainda era inverno. 
Mas, dessa vez, já não sentia mais o coração como um cubo de gelo.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

She's different now

"Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta"
(C.F.A)

Escrever, pra mim, é como se meus dedos assumissem o controle dos meus pensamentos.
Quando vejo, estão ali todos os meus sentimentos, todas as minhas lágrimas, todas as minhas angústias, os meus sorrisos, os pedaços do meu coração. Desenhados em linhas retas, rabiscos, reticências, pontos de interrogação, vírgulas e pontos finais.
Escrever, pra mim, é tirar da cabeça e do coração aquilo que merece ficar no papel pra eu me lembrar depois de como eu mudo a cada segundo.
Escrever, pra mim, é terapêutico.

E como foi triste esse tempo todo de páginas em branco.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

She's gone


Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê, depois de tanto sofrer. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Só demoramos para admitir.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de um "outro você", uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não se esvaziar de sonhos, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo, pra alguém novo..."
Caio F. Abreu (e alguns grifos meus)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O que acontece quando o seu mundo pára

Depois de assistir esse vídeo, pude concluir diversas coisas.
Primeiro, assista.


Conclusão nº1: O poder da reciclagem
Sem querer ser a defensora da Sustentabilidade, mas você já parou para pensar em como o ser humano desperdiça facilmente o que ainda tem valor?
Quantas coisas poderiam ser transformadas, ao invés de descartadas?

Conclusão nº2: A que nível anda a sua irritabilidade?
Percebe-se que esse personagem do Second Hand é o retrato falado de muitas pessoas que já acordam irritadiças e permitem que isso se prolongue pelo tempo necessário para as levarem à infelicidade?

Conclusão nº3: Ao redor
Quantas vezes dispomos de nosso tempo precioso para se aproximar de pessoas tão próximas, como os próprios vizinhos, ou pessoas que nos cercam diariamente?
A nossa agenda é tão cheia, que não há espaço para curtir a vida e as pessoas. Apenas para cumprir metas. E só!

Conclusão nº4: Olhos abertos
Se cada ser humano decidisse abrir seus olhos por alguns minutos, perceberia que existem vários "mundos" rodeando o mundo que chamamos de nosso. E, o melhor: esses "mundos" vivem. Ao contrário de nós, que (muitas vezes) [sobre]vivemos.

Conclusão nº5: Cinza X Colorido
A rotina que busca o cumprimento de metas, está completamente oposta à rotina que busca aproveitar cada detalhe que forma a vida. E é isso que deixa a vida mais cinza.

Conclusão nº6: Meias
Já se permitiu passar um dia de meias, andando pela casa?
É extremamente LIBERTADOR!
Passamos a semana inteira com os dedos sufocados por plásticos e materiais desagradáveis aos calos dos dedos.
Garanto que o humor de muitos mudaria, se tão somente trocasse o sapato fechado por um par de meias, durante um dia em casa.

Conclusão nº7: Televisão
Se ela serve para alguma coisa, possivelmente seja para nos deixar mais apressados.
Experimente ligar o rádio, fechar os olhos e relaxar. É coisa de outro mundo!

Conclusão nº8: Idosos
Nem preciso dizer nada. Aliás, preciso sim
Eles construíram o nosso presente, com o passado deles.
O mínimo a fazer para dar-lhes a dignidade merecida é oferecer um pouco de atenção. Eles tem muito a ensinar.

Conclusão nº9: Empilhadeira
A que altura está a sua?
Se você chegou ao ponto de acumular tanta tranqueira na vida, que já está colocando em risco o "mundo" dos que te rodeiam...preste atenção!
Faça uma limpeza de tempos em tempos. É de aliviar!

Conclusão nº10: [Des]Necessário
Aquilo que se julga necessário, pode estar cegando as pessoas.
Vá ao interior. Passe 10 dias sem o barulho do trânsito, e podendo olhar estrelas pela noite.
Você vai descobrir um mundo novo e totalmente ao seu alcance.
O segredo é: abra os olhos para o que é realmente necessário, e descobrirá que é possível viver sem muitas coisas que constroem a nossa empilhadeira.


Lindo vídeo, não!?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Dicionário

Agora preste bastante atenção e entenda o que nós queremos dizer, quando
dizemos:

Legal - Esta é a palavra que elas usam para terminar um argumento quando
elas sentem que estão certas e você precisa calar sua boca estúpida.

Cinco minutos - Significa meia-hora.

Nada - Significa "alguma coisa", e você provavelmente se ferrou. "Nada" é
geralmente usado para descrever o sentimento quando ela quer espancar você.
"Nada" geralmente significa um argumento que durará "Cinco Minutos" e
terminará com um "Legal".

Vá em frente (Com as sobrancelhas sobre-erguidas) - Isso é uma ameaça.
Significa que ela está ficando puta depois de um "Nada". Isso vai terminar
com um "Legal".

Vá em frente (Com as sobrancelhas normais) - Significa "eu desisto" ou
"faça o que quiser porque eu não ligo". Você escutará um "Vá em Frente com
as sobrancelhas sobre-erguidas" em segundos, seguido de um "Nada" e um
"Legal". Depois disso, ela vai falar com você em "Cinco Minutos", quando se
acalmar.

Suspiro alto - Uma indicação não-verbal, geralmente não compreendida pelos
homens. Significa que ela pensa que você é um idiota naquele momento, e
fica se perguntando porque ela ainda perde o tempo precioso dela
argumentando com você depois dizer um "Nada".

Suspiro suave - Outra indicação não-verbal. Significa que ela está
contente. Não se mova, nem fale. E ela continuará contente.

Tudo bem - Uma das frases mais perigosas que ela pode dizer para você.
Significa que ela quer pensar mais e melhor antes de devolver o que você
fez na mesma moeda. "Tudo bem" é geralmente usado com a palavras "Legal" e
em conjunção com uma "Vá em Frente" com as sobrancelhas sobre-erguidas". Em
um futuro próximo, você vai estar com sérios problemas.

Por favor, faça - Isso é uma oferta. Ela está te dando a oportunidade de
vir com qualquer desculpa ou razão por ter feito o que quer que seja. Você
tem alguma chance se disser a verdade ou algo que pareça muito a verdade.
Se ela responder com um "Tudo bem", você se ferrou.

Obrigada - Uma mulher está te agradecendo. Apenas diga: "de nada".

Muito obrigada - É muito diferente de "Obrigada". Ela só vai dizer "Muito
Obrigada" quando está puta com você. Significa que você a ofendeu de um
modo insensato, e será seguido de um "Suspiro Alto". Importante: NUNCA
pergunte o que há de errado após um "Suspiro Alto". Ela irá certamente irá
dizer: "Nada". E você se ferrou.

Idiota - Na maioria das vezes é brincadeira.


Tá, tchau - estou um tanto quanto nervosa e quero falar com você depois.



EU TE AMO- a tradução não é necessária, né?!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dia de limpeza, época de peneirar

A ordem, então, é desocupar lugares e filtrar emoções?

Ela ficou pensando em como fazer isso.
A princípio, foi fácil imaginar como tirar as pessoas menos importantes de sua lista de contatos; depois veio o grande desafio de fazer isso sem se machucar.
Aí ela parou. Pensou. Sentou, e fechou os olhos. Imaginou tudo o que já tinha acontecido e se realmente compensava esvaziar tantas gavetas. Aí ela abriu os olhos, viu que nada tinha mudado, que tava tudo bagunçado. Levantou, saiu andando em direção ao armário e começou a fazer a limpa.

Começou pelo que tinha comprado e nunca usado. Partiu para o que usou poucas vezes. Depois foi a vez de tirar do armário o que não combinava com nada mais. Por último, deixou aquilo que um dia foi muito útil, mas hoje não fazia a menor diferença. Na verdade, até irritava olhar pro "modelito" antigo.

Acabou que o armário NÃO ficou vazio. O problema é que tinha coisa demais. Coisa que não servia pra nada, mas ela guardava ali só pro caso de poder (um dia) usar.

Ela sabe que no final das contas, a limpeza do armário precisa ser feita de tempos em tempos.
E que, da próxima vez ela também vai eliminar o que hoje parece ser essencial.

De acordo com a ordem: desocupar lugares> filtrar emoções.
Passo 1: Feito!

Passo 2:

O que seria um "filtrar emoções"?
Colocar o coração numa peneira e tirar os pedacinhos que encalham?
É, pode ser.
Isso demora um pouco mais do que desocupar lugares. Talvez seja por isso que ela ainda nem sabe o que fazer.

Mas, uma vez foi dito que a vontade de mudar já é a própria mudança.
Então, essa filtragem de emoções já começou!
Talvez demore um pouco porque, quanto mais consistente, mais dificilmente passa pela peneira.

De repente, ela percebeu: tudo já mudou.




segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Maldição da Culpa

Texto extraído do site CristianismoHoje

Satanás usa a culpa decorrente desses pecados para extirpar todo sonho radical que a pessoa teve ou poderia vir a ter."


Por John Piper

Em 26 anos de pastorado, o mais perto que eu havia chegado de ser demitido da Igreja Batista Bethlehem foi em meados da década de 1980, depois de escrever um artigo intitulado Missões e masturbação para nosso boletim. Eu o escrevi ao voltar de uma conferência sobre missões presidida por George Verwer, presidente da Operação Mobilização. No evento ele disse como seu coração pesava pelo imenso número de jovens que sonhavam em obedecer completamente a Jesus, mas que acabavam se perdendo na inutilidade da prosperidade americana. A sensação constante de culpa e indignidade por causa de erros sexuais dava lugar, pouco a pouco, à falta de poder espiritual e ao beco sem saída da segurança e conforto da classe média.

Em outras palavras, o que George Verwer considerava trágico – e eu também considero – é que tantos jovens abandonem a causa da missão de Cristo porque ninguém lhes ensinou como lidar com a culpa que se segue ao pecado sexual. O problema vai além de não cair; a questão é como lidar com a queda para que ela não leve toda uma vida para o desperdício da mediocridade. A grande tragédia não são práticas como a masturbação ou a fornicação, e nem a pornografia. A tragédia é que Satanás usa a culpa decorrente desses pecados para extirpar todo sonho radical que a pessoa teve ou poderia vir a ter. Em vez disso, o diabo oferece uma vida feliz, certa e segura, com prazeres superficiais, até que a pessoa morra em sua cadeira de balanço, em um chalé à beira de um lago.

Hoje de manhã mesmo, Satanás pegou seu encontro das duas da manhã – seja na televisão ou na cama – e lhe disse: “Viu? Você é um derrotado. O melhor é nem adorar a Deus. Você jamais conseguirá fazer um compromisso sério para entregar sua vida a Jesus Cristo! É melhor arrumar um bom emprego, comprar uma televisão de tela plana bem grande e assistir o máximo de filmes pornográficos que agüentar”. Portanto, é preciso tirar essa arma da mão dele. Sim, claro que quero que você tenha a coragem maravilhosa de parar de percorrer os canais de televisão. Porém, mais cedo ou mais tarde, seja nesse pecado ou em outro, você vai cair. Quero ajudá-lo a lidar com a culpa e o fracasso, para que Satanás não os use para produzir mais uma vida desperdiçada.

Cristo realizou uma obra na história, antes de existirmos, que conquistou e garantiu nosso resgate e a transformação de todos que confiarem nele. A característica distintiva e crucial da salvação cristã é que seu autor, Jesus, a realizou por completo fora de nós, sem nossa ajuda. Quando colocamos nele a fé, nada acrescentamos à suficiência do que fez ao cobrir nossos pecados e alcançar a justiça que é considerada nossa. Os versículos bíblicos que apontam isso com mais clareza estão na epístola de Paulo aos Colossenses 2.13-14: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões e cancelou o escrito de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz”.

É preciso pensar bem nisso para entender plenamente a mais gloriosa de todas as verdades: Deus pegou o registro de todos os seus pecados – todos os erros de natureza sexual – que deixavam você exposto à ira. Em vez de esfregar o registro em seu rosto e usá-lo como prova para mandar você para o inferno, Deus o colocou na mão de Seu filho e pregou na Cruz. E quem são aqueles cujos pecados foram punidos na cruz? Todos que desistem de tentar salvar a si mesmos e confiam apenas em Cristo. E quem assumiu essa punição? Jesus. Essa substituição foi a chave para a nossa salvação.

Alguma vez você já parou para pensar no que significa Colossenses 2.15? Logo depois de afirmar que Deus pregou na cruz o registro de nossa dívida, Paulo escreve que o Senhor, “tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz”. Ele se refere ao diabo e seus exércitos de demônios. Mas como são desarmados? Como são derrotados? Eles possuem muitas armas, mas perdem a única que pode nos condenar – a arma do pecado não perdoado. Deus pregou nossas culpas na cruz. Logo, houve punição por elas – então, seus efeitos acabaram! O problema é que muitos percebem tão pouco da beleza de Cristo na salvação que o Evangelho lhes parece apenas uma licença para pecar. Se tudo que você enxerga na cruz de Jesus é um salvo-conduto para continuar pecando, então você não possui a fé que salva. Precisa se prostrar e implorar a Deus para abrir seus olhos para ver a atraente glória de Jesus Cristo.

Culpa corajosa – A fé que salva recebe Jesus como Salvador e Senhor e faz dele o maior tesouro da vida. Essa fé lutará contra qualquer coisa que se coloque entre o indivíduo salvo e Cristo. Sua marca característica não é a perfeição, nem a ausência de pecados. Quem enxerga na cruz uma licença para continuar pecando não possui a fé que salva. A marca da fé é a luta contra o pecado. A justificação se relaciona estreitamente com a obra de Deus pregando nossos pecados na cruz. Justificação é o ato pelo qual o Senhor nos declara não apenas perdoados por causa da obra de Cristo, mas também justos mediante ela. Cristo levou nosso castigo e realiza nossa retidão. Quando o recebemos como Salvador e Senhor, todo o castigo que ele sofreu, e toda sua retidão, são computados como nossos. E essa justificação vence o pecado.

Possuímos uma arma poderosa para combater o diabo quando sabemos que o castigo por nossas transgressões foi integralmente cumprido em Cristo. Devemos nos apegar com força a essa verdade, usando-a quando o inimigo nos acusar pelas nossas faltas. O texto de Miquéias 7.8-9 apresenta o que devemos lhe dizer quando ele zombar de nossa aparente derrota: “Não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei (...) Sofrerei a ira do Senhor, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa e execute o meu direito”. É uma espécie de “culpa corajosa” – o crente admite que errou e que Deus está tratando seriamente com ele. Mas, mesmo em disciplina, não se afasta da bendita verdade de que tem o Senhor ao seu lado!

Há vitória na manhã seguinte ao fracasso! Precisamos aprender a responder ao diabo ou a qualquer um que nos diga que o Senhor não poderá nos usar porque pecamos. “Ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei”, frisou o profeta. “Embora eu esteja morando nas trevas, o Senhor será a minha luz.” Sim, podemos estar nas trevas da iniqüidade; podemos sentir culpa, porque somos, realmente, culpados pelo nosso pecado. Mas isso não é toda a verdade sobre o nosso Deus. O mesmo Deus que faz nossa escuridão é a luz que nos apóia em meio às trevas. O Senhor não nos abandonará; antes, defenderá a nossa causa.

Quando aprendermos a lidar com a culpa oriunda de nossos erros com esse tipo de ousadia em quebrantamento, fundamentados na justificação pela fé e na expiação substitutiva que Cristo promoveu por nós, seremos não apenas mais resistentes ao diabo como cometeremos menos falhas contra o Senhor. E, acima de tudo, Satanás não será capaz de destruir nosso sonho de viver uma vida em obediência radical a Jesus e de serviço à sua obra.

John Piper é escritor e pastor da Bethlehem
Baptist Church, em Minneapolis (EUA)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

"Ex" que nunca foi

Diz-se que nunca foi um bom amigo quem, por pouco, quebrou a amizade.
Vou mais a fundo que isso. Nunca foi um bom amigo quem, em pouco tempo, não se importava mais com o bem-estar do outro. E quem, por pouco, o trocou por amigos melhores, mais divertidos ou, até mesmo, mais maldosos!

O engraçado é saber que aquela mulher que me deu um espaço de seu útero, estava certa! "Cuidado com suas amizades" e "Diga-me com quem andas, e te direi quem és" eram frequentes na minha vida. No final, viraram filosofia!
Acho que todos os que, hoje, têm bons amigos já tiveram algumas decepções até encontrá-los.
Minha história não é diferente: conheço algumas pessoas, me apego e me "entrego". Conto segredos, choro abertamente, me solto, dou confiança e ganho algo em troca. (Não necessariamente esse "algo" seja a mesma confiança que dei). Depois de um tempo, começo a entender o "sistema". Eu não era única pras pessoas. Eles viram "ex amigos"

E assim, continua...
Até o momento em que eu me canso de dar-dar-dar e NUNCA receber.
Obs.: lê-se o "receber", no sentido de ganhar de volta o que se investiu

O tempo passa, e eu percebo que foi tempo perdido. Que fui ludibriada, que sempre confio demais sem necessidade.
Fico me culpando por ter me entregue demais, por ter dito o que não deveria e por ter me mostrado pra quem nem queria me ver de verdade.

O tempo passa (mais um pouco). E aí, eu ligo os pontos e percebo o que significa tudo isso.
Ninguém pode ser "ex", se nunca foi "atual". Ou seja, nunca foram meus amigos.

Foram "tempestades" que fizeram uma tremenda duma bagunça em mim, e se foram.
Hoje, olho pra trás e vejo que eles me ensinaram a reconstruir e a ter um pé atrás com quem não te passa confiança. E só!

Ficou ali, só pra eu virar pra trás e ver que passou.

Eles são os "ex" que nunca foram!



quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ensinam muitas coisas as garotas:

"
Se um cara lhe machuca, ele gosta de você.
Nunca tente aparar a própria franja.
E um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre.
Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso:
A reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas as vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão te deixar.
E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível.
Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro.
Talvez o final feliz seja só seguir em frente.
Ou talvez o final feliz seja isso:
Saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vem logo,vai!

Por Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O bizarro e o comum

Estive pensando numa frase do Dr. House.

"Bizarre is good! Common has hundredsof explanations. Bizarre has hardly any."
- "Bizarro é algo bom. O comum tem milhares de explicações. O Bizarro dificilmente tem alguma."

Sabe quando aquela famosa lâmpada amarela aparece em cima de uma cabeça pensante? Então...

A gente passa a vida inteira tentando dar explicações e tentando se explicar. São justificativas atrás de justificativas por aquilo que se faz, se fez, se há de fazer; por aquilo que os outros fizeram, por aquilo que nunca se fez e por aquilo que se queria fazer; são contas de matemática, provas dissertativas, provas práticas.
Parece que TUDO pede uma explicação, até a própria explicação.

Chega uma hora que CANSA. E essa hora normalmente é quando o cúmulo da justificativa se achega. Não dá pra passar a vida inteira se explicando e, por isso, adotei um método novo: nonsense.

Tudo o que eu faço e que não tem explicação, me poupa a saliva e os dedos. Não preciso falar pra ninguém o que aquilo quer dizer ou escrever um email pra me explicar. As pessoas são tão curiosas pra saber "porque porque porque", que se tornam preguiçosas a ponto de nem perguntarem porque se fez algo nonsense.

Eu tenho um amigo imaginário. Alguém pergunta "por quê"? NÃÃÃO.
Acho lindo isso, é uma sensação incrível de alívio!

Dou risada de uma cena que nem tem graça. Ninguém questiona.
Falo como criança, quando chego perto de um bebê. Ninguém dá 1 "piu".
Faço caretas pra pessoas no trânsito, principalmente pra crianças emburradas. Tô nem ligando, ninguém liga mesmo!
Crio rimas bestas, faço caretas quando ando sozinha pela rua, ouço música alta no ônibus e dou risada quando entendo algo errado na letra...

NINGUÉM PERGUNTA, NINGUÉM PEDE UMA JUSTIFICATIVA.

Coisas comuns pedem milhares de explicações e te gastam o tempo.
Coisas bizarras dificilmente têm explicações, porque todo mundo tem preguiça de entender.
Aí fica assim... no ar!
Coisa linda!


Melhor terminar por aqui, porque já estou começando a me explicar sobre o fato de não ter que me explicar.
Entendeu? Não?
Legal!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Você abre a caixa de emails, e encontra...

Depois de descobrir que as sextas-feiras tem 47 horas, e de dar poucas e boas risadas, nada melhor do que uma mensagem positiva para terminar bem essa semana, que não foi lá das mais fáceis...


EMAIL DO MARIDO

Querida, está tudo em ordem durante sua ausência. Aquela senhora que você contratou para cuidar da casa durante a sua viagem ficou doente e não pode vir, mas estou me virando bem.

Estou preparando meu próprio jantar.
Só não estou limpando a casa nem lavando a roupa suja.

Está dando tudo certo. Ontem fiz batata frita. Ficou bom. Era preciso
descascar a batata? A panela de pressão ficou bem suja, aí a deixei de molho no sabão em pó com um pouco de WD.

Quanto tempo precisa pra cozinhar ovos? Já deixei eles fervendo por
duas horas, mas ficaram duros que nem pedra.. Da próxima vez, vou deixar mais tempo.

Ontem tive um contratempo cozinhando as ervilhas. Coloquei a lata no microondas e ele explodiu. Acho que tinha que abrir a lata, né? Mas hoje vou fazer um macarrão, que é bem mais fácil. Até já deixei ele de molho na água fria, pra cozinhar mais rápido, já que o micro-ondas quebrou.

Já aconteceu contigo de a louça suja criar mofo? Como é possível isso acontecer em tão pouco tempo?

Aliás, atrás da pia tem de tudo que é bicho, daqui a pouco vai dar pra
fazer um documentário e vender pro Nacional Geografic. hehehehe,
brincadeirinha!!!

No domingo eu emporcalhei o tapete persa com molho de tomate e mostarda do cachorro quente. Você sempre me dizia que mancha de molho de tomate não sai. Passei um pouco de gasolina que tirei do carro, e a mancha saiu. Ficou meio branco no lugar, mas arrastei o sofá em cima da mancha e nem dá pra perceber. Até você voltar, o cheiro deverá desaparecer.

A geladeira estava criando muito gelo, então tive que fazer um defrost nela. O gelo sai fácil se você raspar ele com uma espátula de pedreiro!
Ficou ótimo, foi fácil e rápido, agora a geladeira está gelando bem pouco, acho que vai demorar bastante pra juntar gelo de novo.

No mais, na última quinta-feira quando sai para o trabalho acho que me esqueci de trancar a porta. Alguém deve ter entrado no nosso apartamento porque estão faltando alguns objetos, inclusive aquele vaso de marfim que seu bisavô trouxe da África. Mas como você sempre diz o dinheiro não traz felicidade, e tudo que é material é efêmero. O seu guarda-roupa
também está meio vazio, mas acho que não devem ter levado muita coisa, afinal você sempre diz que nunca tem nada pra vestir. Ah, também não achei seus sapatos.

sei que está pensando nas suas plantas, mas eu estou molhando elas direitinho. Até fervi a água ontem, pois estava muito frio e achei que não ia fazer bem molhar elas com água fria.

Beijos mil, com muito carinho, do seu querido Afonso.

PS: Sua mãe deu uma passada aqui pra ver como estavam as coisas. Ela entrou e começou a gritar, e daí sofreu um infarto.
O velório foi ontem à tarde, mas preferi não te contar pra não te
aborrecer à toa.

Volte logo, estou com saudades....